sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Laranja Mecânica


O livro que vos apresento hoje só existe graças a um erro médico. Erro no qual o autor Anthony Burgess foi alertado que lhe restavam poucos dias de vida. Pensando no bem-estar de sua esposa, Anthony resolveu escrever dez livros, mas só conseguiu concretizar cinco e “meio”, e justamente esse “meio” é Laranja Mecânica.
                Embora não possuísse diploma na área, Burgess tinha dom para linguística e foi por meio de muitos estudos e pesquisas, realizadas nas ruas da Inglaterra, que desenvolveu a gíria nadsat, usada por Alex e sua gangue. A edição mais recente do livro contém o glossário nadsat e foi reimpressa pela Editora Aleph, com tradução de Fábio Fernandes.
                Agora, embarcando no contexto da obra, Laranja Mecânica é uma história do gênero ficção cientifica e se enquadra como uma distopia. O livro narra a vida de Alex, um “playboy”, “filhinho de papai” do tipo garoto problemático, sem limites, que não quer saber de trabalhar e nem de estudar. Ele dorme o dia inteiro e durante a noite sai com sua gangue para cometer atrocidades como: estupros, agressão a mendigos e depredação de patrimônio público.



                Em determinado momento, Alex é traído por seus amigos, pego em flagrante e preso. Na cadeia, é exposto a um tipo de “cura” de caráter, um tratamento que consiste em violência física e moral ao paciente. A história, além de futurística, envolve questões relacionadas à liberdade e psicologia. Vale a pena ler!

Laranja Mecânica – o filme

                Como muitos sabem, Stanley Kubrick era o tipo de diretor que amava a sua arte e muitas vezes era incompreendido por isso. Ele foi capaz de criar um filme inovador para a época e bastante fiel ao livro, usando, inclusive, o vocabulário nadsat. E não posso esquecer de mencionar a cena marcante do longa, que é fruto de um improviso por parte do ator Malcolm McDowell, intérprete de Alex. Na cena, McDowell, de um jeito inusitado, canta a música Singing in the Rain, fazendo com que aquele momento entre para a história do cinema. Apesar do filme ser bom, ele não mostra a volta de Alex totalmente recuperado para sociedade.


Por Rosa Rezende
Revisão Miguel de Assis 

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